As Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC), podem ser definidas como um conjunto de
estruturas e recursos tecnológicos que permitem a troca de informações entre
indivíduos, organizações e a sociedade como um todo.
Neste mundo cada vez mais globalizado em
que vivemos, as TIC encontram-se cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia e
causam mudanças profundas nas nossas sociedades.
Podemos referir, e segundo Fernanda Botelho que as sociedades atuais
caraterizam-se pela globalização da informação, da comunicação e os movimentos
migratórios, todos estes fatores são transformadores das nossas sociedades, e
esta circulação de culturas que acontece exige a todos os cidadãos do mundo uma
mentalidade diferente, “viabilizadora de uma ordem mundial que se deseja
mais equilibrada e solidária” (Botelho, 2005).
O
fenómeno da globalização, e o desenvolvimento científico e tecnológico,
trouxeram consigo novas necessidades de comunicação, este facto acaba por
valorizar e estimular a aprendizagem de línguas. “Neste sentido, surge
valorizado também o domínio das línguas e culturas maternas” (Botelho, 2005).
Desta forma, aprender línguas é uma forma de ter acesso ao outro, de forma a
que exista uma melhor compreensão entre todos os cidadãos do mundo.
Como referi anteriormente a proximidade que o fenómeno
globalização impõe a todos nós gera mudanças culturais a ritmos aceleradíssimos.
Para tal a educação tal como outros setores terão de se adaptar a este “novo”
mundo “denso de informação, multicultural, globalizado, veloz e ainda “numa
economia sedenta de formas de aprendizagem ao longo da vida” (Carneiro, 1997).
Atualmente constatamos que as TIC cada vez mais estão
presentes em contexto escolar e podemos mesmo afirmar que estas quando usadas
adequadamente trazem benefícios inegáveis a professores e alunos. No entanto, alguns
investigadores defendem que o uso das TIC nas escolas melhoram a aprendizagem e
trazem novas metodologias de ensino, por outro lado existem investigadores que
defendem precisamente o contrário. “Tal como em muitas discussões gerais
sobre o papel da tecnologia, também na educação se encontram discursos, ou
práticas, que as tratam seja como fonte de todos os males, seja como panaceia
universal.”(Paz, 2008)
Relativamente ao ensino do Português ou de outra temática
com recurso às TIC, podemos começar por afirmar que o docente faz a seleção
desses mesmos recursos baseado essencialmente em alguns critérios como o conteúdo
que irá trabalhar, as características dos seus próprios alunos, a existência do
material em quantidade suficiente e o saber que existe sobre o material. Os
recursos que o docente pode optar para o ensino-aprendizagem do português podem
ser, por exemplo o uso de plataformas online, quadros interativos, projetores
de vídeos, televisão, entre outros. O docente pode por exemplo trabalhar a
oralidade dos seus alunos após a visualização de um vídeo solicitando um
comentário, ou pode trabalhar a escrita produzindo textos no processador de
texto, estes são alguns exemplos de atividades que me ocorrem, mas muitas outras
existem e enriquecem-nos com certeza.
Voltando atrás, e há
questão dos benefícios ou dos perigos que as TIC poderão trazer para a sala de
aula, podemos referir que esta questão é bastante complexa e alimenta opiniões
bastante diferentes umas das outras. É inegável que “as TIC proporcionam uma maior variedade de estratégias de lecionação e envolvem os
discentes num processo que já não se quer de aprendizagem passiva mas antes
construtiva.” (Fidalgo,2009) Por outro lado, temos a questão da heterogeneidade
das turmas, ou seja alunos com conhecimentos face às novas tecnologias completamente
diferentes, enquanto uns dominam outros sentem francas dificuldades, esta
questão vai caber diretamente ao docente, este é que terá de gerir da melhor
forma o uso das tecnologias, sem que ninguém seja excluído de participar. Segundo
Patricia Fidalgo, o fator chave para lidar com estes problemas que surgem é a
flexibilidade, ou seja oferecer aos alunos “a possibilidade de um
sistema tutorial, o respeito pelos tempos individuais de aprendizagem de
competências, a estimulação do auto-conhecimento e a disponibilização de
recursos tecnológicos aos alunos” (Fidalgo, 2009).
Outras questões que vão surgindo e desta vez por parte dos docentes, é o
fator - gerações, ou seja, por vezes os docentes mais velhos mostram uma grande
resistência ao uso das tecnologias, fundamentando a sua não utilização ao
acharem que estes não trazem mais-valias ao ensino ou porque teriam de
reformular conteúdos, estratégias, materiais que utilizam já há muito tempo. No
entanto há que referir que “a utilização das novas tecnologias não faz bons
professores, também a sua não utilização não faz deles maus professores”. (Paz,
2008)
Outro ponto que poderemos ainda focar são as facilidades que estes recursos
trazem, que acabam por “abafar” certas competências que sem eles eram mais
desenvolvidas, como a capacidade de interpretar e refletir sobre algo. No
entanto se estes recursos forem utilizados como complementos e não como meio de
facilitismos nada disto acontece!
Em suma, podemos afirmar que as TIC são ferramentas
impulsionadoras da globalização e consequentemente de grandes mudanças nas
sociedades. Relativamente ao seu papel enquanto geradora de potencialidades ou
de perigos no ensino, na minha opinião e enquanto estudante que aprendeu com
esses mesmos recursos só posso dizer bem, pois quando utilizadas de forma
correta não há que temer, antes pelo contrário!
Referências Bibliográficas:
- Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
- Botelho, F. (2006). Textos e literacias …
- Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Media e Nova Aprendizagem
- Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
- Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias