“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces” (Aristóteles, s/d)

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Reflexão Individual- Potencialidades e Perigos das TIC em sala de aula! - Telma Carromeu




As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), podem ser definidas como um conjunto de estruturas e recursos tecnológicos que permitem a troca de informações entre indivíduos, organizações e a sociedade como um todo.

Neste mundo cada vez mais globalizado em que vivemos, as TIC encontram-se cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia e causam mudanças profundas nas nossas sociedades. Podemos referir, e segundo Fernanda Botelho que as sociedades atuais caraterizam-se pela globalização da informação, da comunicação e os movimentos migratórios, todos estes fatores são transformadores das nossas sociedades, e esta circulação de culturas que acontece exige a todos os cidadãos do mundo uma mentalidade diferente, “viabilizadora de uma ordem mundial que se deseja mais equilibrada e solidária” (Botelho, 2005).

O fenómeno da globalização, e o desenvolvimento científico e tecnológico, trouxeram consigo novas necessidades de comunicação, este facto acaba por valorizar e estimular a aprendizagem de línguas. “Neste sentido, surge valorizado também o domínio das línguas e culturas maternas” (Botelho, 2005). Desta forma, aprender línguas é uma forma de ter acesso ao outro, de forma a que exista uma melhor compreensão entre todos os cidadãos do mundo.

            Como referi anteriormente a proximidade que o fenómeno globalização impõe a todos nós gera mudanças culturais a ritmos aceleradíssimos. Para tal a educação tal como outros setores terão de se adaptar a este “novo” mundo “denso de informação, multicultural, globalizado, veloz e ainda “numa economia sedenta de formas de aprendizagem ao longo da vida” (Carneiro, 1997).

            Atualmente constatamos que as TIC cada vez mais estão presentes em contexto escolar e podemos mesmo afirmar que estas quando usadas adequadamente trazem benefícios inegáveis a professores e alunos. No entanto, alguns investigadores defendem que o uso das TIC nas escolas melhoram a aprendizagem e trazem novas metodologias de ensino, por outro lado existem investigadores que defendem precisamente o contrário. “Tal como em muitas discussões gerais sobre o papel da tecnologia, também na educação se encontram discursos, ou práticas, que as tratam seja como fonte de todos os males, seja como panaceia universal.”(Paz, 2008)

            Relativamente ao ensino do Português ou de outra temática com recurso às TIC, podemos começar por afirmar que o docente faz a seleção desses mesmos recursos baseado essencialmente em alguns critérios como o conteúdo que irá trabalhar, as características dos seus próprios alunos, a existência do material em quantidade suficiente e o saber que existe sobre o material. Os recursos que o docente pode optar para o ensino-aprendizagem do português podem ser, por exemplo o uso de plataformas online, quadros interativos, projetores de vídeos, televisão, entre outros. O docente pode por exemplo trabalhar a oralidade dos seus alunos após a visualização de um vídeo solicitando um comentário, ou pode trabalhar a escrita produzindo textos no processador de texto, estes são alguns exemplos de atividades que me ocorrem, mas muitas outras existem e enriquecem-nos com certeza.

            Voltando atrás, e há questão dos benefícios ou dos perigos que as TIC poderão trazer para a sala de aula, podemos referir que esta questão é bastante complexa e alimenta opiniões bastante diferentes umas das outras. É inegável que “as TIC proporcionam uma maior variedade de estratégias de lecionação e envolvem os discentes num processo que já não se quer de aprendizagem passiva mas antes construtiva.” (Fidalgo,2009) Por outro lado, temos a questão da heterogeneidade das turmas, ou seja alunos com conhecimentos face às novas tecnologias completamente diferentes, enquanto uns dominam outros sentem francas dificuldades, esta questão vai caber diretamente ao docente, este é que terá de gerir da melhor forma o uso das tecnologias, sem que ninguém seja excluído de participar. Segundo Patricia Fidalgo, o fator chave para lidar com estes problemas que surgem é a flexibilidade, ou seja oferecer aos alunos “a possibilidade de um sistema tutorial, o respeito pelos tempos individuais de aprendizagem de competências, a estimulação do auto-conhecimento e a disponibilização de recursos tecnológicos aos alunos” (Fidalgo, 2009).

Outras questões que vão surgindo e desta vez por parte dos docentes, é o fator - gerações, ou seja, por vezes os docentes mais velhos mostram uma grande resistência ao uso das tecnologias, fundamentando a sua não utilização ao acharem que estes não trazem mais-valias ao ensino ou porque teriam de reformular conteúdos, estratégias, materiais que utilizam já há muito tempo. No entanto há que referir que “a utilização das novas tecnologias não faz bons professores, também a sua não utilização não faz deles maus professores”. (Paz, 2008)

Outro ponto que poderemos ainda focar são as facilidades que estes recursos trazem, que acabam por “abafar” certas competências que sem eles eram mais desenvolvidas, como a capacidade de interpretar e refletir sobre algo. No entanto se estes recursos forem utilizados como complementos e não como meio de facilitismos nada disto acontece!

Em suma, podemos afirmar que as TIC são ferramentas impulsionadoras da globalização e consequentemente de grandes mudanças nas sociedades. Relativamente ao seu papel enquanto geradora de potencialidades ou de perigos no ensino, na minha opinião e enquanto estudante que aprendeu com esses mesmos recursos só posso dizer bem, pois quando utilizadas de forma correta não há que temer, antes pelo contrário!


Referências Bibliográficas:

  • Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
  • Botelho, F. (2006). Textos e literacias …
  • Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Media e Nova Aprendizagem
  • Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
  • Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Atividade 1 - Reflexão Crítica e escrita: A importância das TIC - Tahcin Ismail

As TIC são Tecnologias de Informação e Comunicação que começam a ter cada vez mais um forte contributo e peso na educação da sociedade.
            Como refere Fernanda Botelho (2005) o desenvolvimento científico e tecnológico, no campo da informação estão sedentas para que haja uma comunicação com outros povos e culturas, sendo assim haverá automaticamente um estímulo à aprendizagem de línguas e uma valorização do domínio das línguas e culturas maternas. “Deste modo, aprender línguas passa a centrar-se não tanto na língua como objeto de estudo (…), mas como meio de acesso ao outro e como instrumento de interação pessoal e intercultural, visando uma melhor compreensão entre os cidadãos do mundo” (Botelho, 2005).
            Uma vez que estamos inseridos num espaço social, geográfico, económico e integramos um país/região onde estão inseridos várias culturas e que é necessário trocas de produtos, saberes, entre outros fatores é importante um desenvolvimento científico e tecnológico favorecedor do desenvolvimento social global.
            “Assegurar a todos os estudantes as aprendizagens e competências que lhes permitam participar plenamente na vida social é missão da Educação, para cuja consecução a aprendizagem da Literacia é fulcral (…)” (Botelho,2005)
            A literacia ao longo dos tempos tem sofrido alterações no seu significado, hoje ela abrange um conjunto mais amplo de competências para além do saber ler, escrever e contar. Isto porque há imensas línguas faladas no mundo e que algumas não possuem escrita. Sendo assim, a literacia implica “a construção da significação, configurada em diferentes formas e em diversos contextos” (Botelho, 2005) onde incluem imagens, sons, música e formas eletrónicas de comunicação – multiliteracias. Este conceito “complementa o conceito de literacia tradicional porque incorpora não só aspetos da multiplicidade textual, como a crescente importância da diversidade linguística e cultural” (Botelho, 2005).
            O aparecimento dos “novos media representam oportunidades de autoeducação e de educação à distância não só na idade escolar mas ao longo de toda a vida (…)” (Figueiredo, 2000)
            As TIC têm estado presentes cada vez mais na vida dos estudantes, dos trabalhadores, da sociedade em si. Para isso é necessário construir instrumentos de trabalho e exploração das mesmas, mas as aprendizagens são ultrapassadas e as escolas tradicionais não estão devidamente equipadas para este desafio que ao longo do tempo tem vindo a evoluir e a desafiar cada vez mais os docentes e os alunos. Portanto é necessário “construir comunidades ricas em contexto, onde a aprendizagem individual e coletiva se constrói e onde os aprendentes assumem a responsabilidade não só da construção dos seus próprios saberes, mas também da construção de espaços de pertença onde a aprendizagem coletiva tem lugar” (Figueiredo, 2000).
            Outra das soluções, desta vez, apontada por Patricia Fidalgo (2009) é a flexibilização no contexto da sala de aula, ou seja, passo a citar as palavras da Professora Adjunta do Instituto Piaget “ pode ser uma estratégia eficaz de ajuda na promoção de infocompetências junto dos estudantes.” Entende-se por flexibilização uma ajuda por parte das universidades como por exemplo, tutorias, a estimulação do autoconhecimento, a disponibilização dos recursos tecnológicos e o respeito pelos tempos individuais de aprendizagem.
            Volto a frisar que as TIC consistem na aquisição de competências e para que sejam implementadas é importante ter um percurso que vai para além do horário escolar, ou seja, deve ser feito ao longo da vida.
            Em vez de falarmos de tarefas que devemos propor para as crianças podemos antes referir o que as TIC permitiram criar. As redes sociais, as universidades online, a plataforma Moodle, os blogues, os sites lúdicos e didáticos são alguns exemplos que estão cada vez mais presentes no quotidiano da sociedade e que permitem uma globalização e uma exploração (neste caso positiva) dos mesmos. “(…) aplicações informáticas utilizadas com fins educativos, das plataformas de gestão de aprendizagem (…) que permitem o alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da tradicional sala de aula e, em especial da internet” (Paz, 2008).
            Mas como tudo o que é bom também tem o seu lado, digamos, menos bom! Os docentes, que não estão tão familiarizados com estas novas tecnologias, podem sentir alguma dificuldade na sua adesão ou então controlar os alunos para que não se distraiam com as mesmas. Para além disso, uma vez que as turmas são heterogéneas, os alunos mais velhos podem não estão tão familiarizados com as inovações tecnológicas e assim permite o docente tentar integrar todos os alunos de modo a respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um. Por fim, João Paz (2008) refere que “Há “velhas” competências que fazem muita falta e que a facilidade de acesso à informação (internet) não substitui como a capacidade de interpretar e refletir sobre, a informação” e isto pode ser considerado uma das desvantagens das “Novas Tecnologias”.
            Podemos, então, através de uma breve síntese concluir que as TIC têm evoluído ao longo dos tempos, permitem a globalização, permitem o contacto com diferentes línguas e culturas e assim sendo, procura-se uma forma de as implementar de modo que todos adquiram competências e que possam utilizá-las de forma correta. Para isso, as escolas devem estar preparadas para aceitar este desafio.  


Referências Bibliográficas:

  • Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
  • Botelho, F. (2006). Textos e literacias …
  • Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Media e Nova Aprendizagem
  • Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
  • Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias