As
TIC são Tecnologias de Informação e Comunicação que começam a ter cada vez mais
um forte contributo e peso na educação da sociedade.
Como refere Fernanda Botelho (2005)
o desenvolvimento científico e tecnológico, no campo da informação estão
sedentas para que haja uma comunicação com outros povos e culturas, sendo assim
haverá automaticamente um estímulo à aprendizagem de línguas e uma valorização
do domínio das línguas e culturas maternas. “Deste modo, aprender línguas passa
a centrar-se não tanto na língua como objeto de estudo (…), mas como meio de
acesso ao outro e como instrumento de interação pessoal e intercultural,
visando uma melhor compreensão entre os cidadãos do mundo” (Botelho, 2005).
Uma vez que estamos inseridos num
espaço social, geográfico, económico e integramos um país/região onde estão
inseridos várias culturas e que é necessário trocas de produtos, saberes, entre
outros fatores é importante um desenvolvimento científico e tecnológico favorecedor
do desenvolvimento social global.
“Assegurar a todos os estudantes as
aprendizagens e competências que lhes permitam participar plenamente na vida
social é missão da Educação, para cuja consecução a aprendizagem da Literacia é
fulcral (…)” (Botelho,2005)
A literacia ao longo dos tempos tem
sofrido alterações no seu significado, hoje ela abrange um conjunto mais amplo de
competências para além do saber ler, escrever e contar. Isto porque há imensas
línguas faladas no mundo e que algumas não possuem escrita. Sendo assim, a
literacia implica “a construção da significação, configurada em diferentes
formas e em diversos contextos” (Botelho, 2005) onde incluem imagens, sons,
música e formas eletrónicas de comunicação – multiliteracias. Este conceito “complementa
o conceito de literacia tradicional porque incorpora não só aspetos da
multiplicidade textual, como a crescente importância da diversidade linguística
e cultural” (Botelho, 2005).
O aparecimento dos “novos media
representam oportunidades de autoeducação e de educação à distância não só na
idade escolar mas ao longo de toda a vida (…)” (Figueiredo, 2000)
As TIC têm estado presentes cada vez
mais na vida dos estudantes, dos trabalhadores, da sociedade em si. Para isso é
necessário construir instrumentos de trabalho e exploração das mesmas, mas as aprendizagens
são ultrapassadas e as escolas tradicionais não estão devidamente equipadas
para este desafio que ao longo do tempo tem vindo a evoluir e a desafiar cada
vez mais os docentes e os alunos. Portanto é necessário “construir comunidades
ricas em contexto, onde a aprendizagem individual e coletiva se constrói e onde
os aprendentes assumem a responsabilidade não só da construção dos seus
próprios saberes, mas também da construção de espaços de pertença onde a aprendizagem
coletiva tem lugar” (Figueiredo, 2000).
Outra das soluções, desta vez,
apontada por Patricia Fidalgo (2009) é a flexibilização no contexto da sala de
aula, ou seja, passo a citar as palavras da Professora Adjunta do Instituto
Piaget “ pode ser uma estratégia eficaz de ajuda na promoção de infocompetências junto dos estudantes.” Entende-se
por flexibilização uma ajuda por parte das universidades como por exemplo,
tutorias, a estimulação do autoconhecimento, a disponibilização dos recursos
tecnológicos e o respeito pelos tempos individuais de aprendizagem.
Volto a frisar que as TIC consistem na
aquisição de competências e para que sejam implementadas é importante ter um
percurso que vai para além do horário escolar, ou seja, deve ser feito ao longo
da vida.
Em vez de falarmos de tarefas que
devemos propor para as crianças podemos antes referir o que as TIC permitiram
criar. As redes sociais, as universidades online, a plataforma Moodle, os blogues, os sites lúdicos e
didáticos são alguns exemplos que estão cada vez mais presentes no quotidiano
da sociedade e que permitem uma globalização e uma exploração (neste caso
positiva) dos mesmos. “(…) aplicações informáticas utilizadas com fins
educativos, das plataformas de gestão de aprendizagem (…) que permitem o
alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da tradicional sala de
aula e, em especial da internet” (Paz, 2008).
Mas como tudo o que é bom também tem
o seu lado, digamos, menos bom! Os docentes, que não estão tão familiarizados
com estas novas tecnologias, podem sentir alguma dificuldade na sua adesão ou
então controlar os alunos para que não se distraiam com as mesmas. Para além
disso, uma vez que as turmas são heterogéneas, os alunos mais velhos podem não estão
tão familiarizados com as inovações tecnológicas e assim permite o docente
tentar integrar todos os alunos de modo a respeitar o ritmo de aprendizagem de
cada um. Por fim, João Paz (2008) refere que “Há “velhas” competências que
fazem muita falta e que a facilidade de acesso à informação (internet) não
substitui como a capacidade de interpretar e refletir sobre, a informação” e
isto pode ser considerado uma das desvantagens das “Novas Tecnologias”.
Podemos, então, através de uma breve
síntese concluir que as TIC têm evoluído ao longo dos tempos, permitem a
globalização, permitem o contacto com diferentes línguas e culturas e assim sendo,
procura-se uma forma de as implementar de modo que todos adquiram competências
e que possam utilizá-las de forma correta. Para isso, as escolas devem estar
preparadas para aceitar este desafio.
Referências Bibliográficas:
- Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
- Botelho, F. (2006). Textos e literacias …
- Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Media e Nova Aprendizagem
- Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
- Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias
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