Hoje em dia, vivemos num mundo novo, onde desconhecemos os
nossos poderes e limitações. Verificamos que as
Tecnologias da Informação têm ganho uma importância crescente na nossa vida
havendo grandes transtornos quando não funcionam como pretendemos.
Pode dizer-se que a Internet “é um sistema de redes em rápida expansão,
que liga milhões de pessoas em novos espaços, que estão a alterar a forma como
pensamos, a natureza da nossa sexualidade, a organização das nossas comunidades
e até mesmo a nossa identidade” (Turkle, 1995). O conceito de Big Brother está presente em todos nós,
pois somos nós que vigiamos uns aos outros, inocentemente ou não. Temos o
exemplo de algumas redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat
e motores de busca, especificamente o Google, que é um “manancial inesgotável de dados pessoais” (Cardoso, 2014 in Courrier Internacional), que faz com
que os serviços de espionagem o acedam.
As transformações na sociedade, como tudo na
vida, levam algum tempo para que nos adaptemos. Vivemos, atualmente, num novo
mundo comunicacional que regulam a privacidade. Aconteceu o mesmo, quando
Galileu, na Idade Média, expôs a sua ideia de Heliocentrismo, ou por exemplo, quando
a sociedade aceitou que a escravidão chegou ao fim, pelo menos, na legislação e
tiveram de se adaptar.
Uma das soluções apontadas, por Balanciano
(2014), in Público, será então não
“colocar nada na internet que seja passível de se virar contra nós”. A verdade
é que não devemos expor-nos tanto em locais que sabemos que podemos sofrer
consequências, com fotografias, comentários, publicações, entre outras ações,
porque isto fica armazenado nos computadores, não apenas nosso, pessoal, mas
sim, de todos que têm acesso aos nossos movimentos e comportamentos, no mundo
que gosto de chamar, cyber espacial. Uma
das razões que levam os “cyber
piratas” a descobrirem as palavras-passe é também pelo facto de a excessiva
informação que publicamos na internet e assim a falta de privacidade, que tem
sido debatida cada vez mais. Surgindo assim diferentes tipos de perigos, como
burlas com o comércio electrónico, furtos de identidade pessoal, entre tantos
outros.
Mas nem tudo são desvantagens. As TIC, têm
mostrado diversas potencialidades. Segundo a aula aberta, com o Professor João
Torres, o Projeto Internet Segura, tem o objetivo de informar, formar, sensibilizar
e se for necessário também denunciar. Muitas situações do quotidiano são
extremamente perigosas e não é por isso que deixamos de o fazer, pois estas são
necessárias, no nosso dia-a-dia. Portanto a internet, cada vez mais presente
nas nossas vidas, é um bem essencial para o nosso desenvolvimento, portanto
será importante saber lidar e trabalhar com ela, de modo adequado, tendo
atenção também com os mais novos.
Sendo assim, devemos sempre refletir sobre as
decisões que tomamos. Uma vez que a internet não é, na sua essência, controlada
por qualquer entidade concreta (Silva e Remoaldo, 1997), significa que qualquer
pessoa pode publicar conteúdos e assim surgir constrangimentos a nível legal. Antes
de publicar, devemos pensar se o que estamos a fazer não há de prejudicar
ninguém, ou mesmo a nós próprios que podemos ser facilmente alvos de roubo de
identidade, de difamação ou qualquer outro tipo de ameaça/intimidação.
Não esquecer: A nossa pegada digital deixa rastos a nível universal, percorrendo e
caminhando nos computadores do “pessoal”.
Referências Bibliográficas
- Belanciano, V. (2014, Setembro 04). Não são apenas as celebridades que estão a nu na Internet.
- Cardoso, R. (2014, Julho). Se o Google diz é porque é verdade. Mas será mesmo? Courrier Internacional .
- Guerreiro, A. (2014, Julho 18). A máquina Google. Ípsilon .
- Silva, L., & Remoaldo, P. (1997). Introdução à Internet (3.a ed.). Lisboa: Editorial Presença.
- Turkle, S. (1995). A Vida no ecrã. Lisboa: Relógio D'Água Editores.
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